Impermeabilização de coberturas exige avaliação preliminar da estrutura
Projetista deve
levar em consideração aspectos como movimentação estrutural, geometria do local
e intensidade de tráfego de pessoas e veículos
Texto: Gabriel
Bonafé, portal PINI WEB
Os impermeabilizantes flexíveis são a escolha mais indicada (Volodymyr
Plysiuk/ Shutterstock.com)
A impermeabilização de lajes e coberturas tem como principal
objetivo promover a estanqueidade desses elementos e protegê-los contra a ação
da água e da umidade. Para que esse desempenho
seja garantido, é necessário especificar os impermeabilizantes de
acordo com as características da área em que eles serão aplicados.
Assim, nos casos em que essas
estruturas estiverem sujeitas à movimentação, à dilatação e à contração térmica
– como ocorre, por exemplo, com as coberturas –, os impermeabilizantes flexíveis são a escolha mais
indicada, pois apresentam propriedades elásticas para suportar essas ações. Já
os impermeabilizantes rígidos ou “semiflexíveis”
(classificação não adotada pelas normas brasileiras) só podem ser utilizados
caso o piso da laje esteja em contato com o solo.
Segundo Flávio de Camargo, engenheiro
civil e gerente-técnico da Denver Impermeabilizantes, as características do
projeto influenciam na escolha do melhor impermeabilizante, como geometria da
superfície, intensidade de tráfego no local, exposição a intempéries, entre
outros. “Também é necessário avaliar o cronograma de liberação da área, o tempo
disponível para secagem ou para interdição da área, interferências
pré-instaladas no local, futuras instalações, cota disponível e capacitação da
mão de obra para o sistema a ser adotado”, explica.
IMPERMEABILIZAÇÃO DE LAJES
Lajes expostas à circulação de
pessoas e carros requerem o dimensionamento de camadas de proteção à
impermeabilização. A especificação deve, portanto, considerar a intensidade do
tráfego no local, geralmente classificado como leve quando há trânsito de
pedestres e elevado nos locais por onde passam veículos automotores.
Também é necessário avaliar o
cronograma de liberação da área, o tempo disponível para secagem ou para
interdição da área, interferências pré-instaladas no local, futuras
instalações, cota disponível e capacitação da mão de obra para o sistema a ser
adotado
Flávio
de Camargo
Para tráfego leve, deverá ser
projetada uma camada separadora e outra camada de proteção mecânica sobre a
impermeabilização. “Juntas, elas terão a função de separar os esforços e
proteger a impermeabilização tanto durante a execução do piso quanto depois quando
estiver movimentando e sendo utilizado”, explica Camargo.
Já em lajes de trânsito elevado, a
impermeabilização exige a aplicação de camadas mais reforçadas e espessas, com
propriedades de amortecimento, resistência à tração e ao rasgamento para resistir
aos efeitos de carga, punção e frenagem.
“Já as lajes não transitáveis não
estão sujeitas a tantas solicitações, mas a impermeabilização deve apresentar
resistência a intempéries” afirma Eliene Ventura, gerente-técnica da Vedacit.
Em lajes que irão receber vegetações
para formação dos chamados telhados verdes, o projeto deve ser apresentar uma
camada drenante entre a manta impermeabilizante e as camadas que suportam o
substrato da cobertura vegetal. Além disso, é necessário a estruturação de um
sistema hidráulico eficiente para captação e drenagem de água utilizada no
regadio.
COBERTURAS
Telhados projetados sobre
madeiramento ou fechamentos encaixados em estruturas metálicas também podem
demandar cuidados com a impermeabilização. Isso porque, com o passar do tempo,
as movimentações sofridas pela estrutura podem forçar a infiltração da água em
pequenas junções. “No caso do telhado, a calafetação ou a sobreposição das
telhas deve estar bem-feita, além de o projeto apresentar caimento para as
saídas de água”, alerta Ventura.
No caso do telhado, a calafetação ou
a sobreposição das telhas deve estar bem-feita, além de o projeto apresentar
caimento para as saídas de água
Eliene
Ventura
Caso o projeto esteja muito exposto à
umidade, pode ser indicada a impermeabilização do telhado por pintura ou
aplicação de resinas, soluções que eliminam a porosidade das telhas e evitam a
absorção de água. Outra opção, esta mais recomendada para corrigir problemas de
infiltrações, consiste na aplicação de manta asfáltica aluminizada. “Ela é
capaz impermeabilizar, além da porosidade, pequenos furos ou trincas”, diz
Ventura.
A especificação dos diferentes tipos
de tintas e resinas deve considerar a inclinação do telhado, onde caimentos
menores requerem soluções mais resistentes, e a mão de obra disponível para
aplicação. “Dependendo da situação, pode ser necessário o emprego de manta
autoprotegida por grânulos de ardósia, mais espessa e resistente para cobrir
pequenos vãos e vazios entre as telhas”, relata Camargo.
Já em estruturas de fechamento, como
coberturas metálicas, a impermeabilização é feita nas interfaces de ligamento
das peças por meio de selantes de vedação à base de poliuretano ou emprego de
faixas com fitas asfálticas autoadesivas.
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COLABORAÇÃO TÉCNICA
Eliene Ventura – Gerente do SAC
Vedacit. Tecnóloga civil pela faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC/SP).
Fez cursos complementares em construção civil pela Faculdade de Engenharia São
Paulo (FESP) e Administração pela Anhembi Morumbi. Realizou trabalhos junto ao Instituto
Brasileiro de Impermeabilização (IBI) e normatização junto à Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)..
Flávio de Camargo – Engenheiro Civil
pela Universidade Paulista (1998) e MBA Executivo pela Escola Superior de
Propaganda e Marketing. Com mais de 15 anos de experiência em indústrias de
químicas renomadas na fabricação e tecnologia de impermeabilização, é
especialista no segmento, tendo atuado como Coordenador e Secretário de
importantes normas técnicas brasileiras na ABNT - Comitê Brasileiro de Normas
Técnicas de Impermeabilização do CB-22. É gerente técnico da Denver
Impermeabilizantes.
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