Com atraso de quatro dias, a Vila Olímpica está
pronta. A força-tarefa montada a partir de segunda-feira (25) encerrou seus
trabalhos na tarde desta quinta-feira (28) e, na reunião realizada diariamente
às 20h30 entre o Comitê Organizador e os chefes de delegação, o Rio-2016 vai
comunicar que, a partir daquele momento, os prédios da Vila Olímpica estarão
oficialmente em operação.
Na prática, isso significa que qualquer problema
que vier a ser identificado nos apartamentos agora é responsabilidade da área
de manutenção. "Estamos entregando os últimos três prédios agora. A
limpeza está ocorrendo ainda em alguns apartamentos, mas estamos entregando
hoje [quinta] a Vila pronta para os atletas", anunciou Rodrigo Tostes,
diretor-executivo de operações do Comitê Rio-2016.
Pela manhã, o Rio-2016 havia anunciado que, dos 31
prédios, três ainda estavam recebendo o pente-fino promovido depois das duras
declarações do comitê australiano, no domingo (24). Entre os prédios que
faltavam ficar prontos estava o de número 24, em grande parte destinado à
Argentina.
Na segunda-feira (25), os argentinos também
reclamaram das condições dos apartamentos, afirmando, em coletiva de imprensa
em Buenos Aires, que alguns andares do prédio eram "inabitáveis". Na
tarde desta quinta, em conversas informais, membros da delegação sul-americana
afirmavam que alguns de seus apartamentos ainda tinham coisas a consertar.
"Acabei de sair do prédio 24 para
transformá-lo (de prédio em obras em prédio) em operação. Alguns andares
estavam habitáveis, então a gente deixou esse prédio por último, uma vez que os
atletas ainda não haviam chegado", explicou Tostes.
Ao longo do dia, a força-tarefa foi sendo
desmobilizada e, até o fim da noite desta quinta, todos os trabalhadores extras
contratados no domingo terão sido dispensados. Deixam para trás, entretanto, um
problemão. Diversos deles deram entrevistas e contaram que foram contratados
sem carteira de trabalho. Na quarta-feira (26), a fiscalização do Ministério do
Trabalho baixou na Vila e ameaçou autuar o Rio-2016 e as empresas responsáveis
pela terceirização dessa mão-de-obra.
Nesta quinta, o diretor do Rio-2016 não chegou a
admitir que havia irregularidades, mas também não as negou. "A gente ainda
tá apurando isso. Nosso objetivo era botar em operação e agora vai ver como vai
fazer e como a gente vai fazer com esse custo. Entregamos os documentos, os que
não estavam aqui vão ser entregues, e tudo vai ser esclarecido", declarou.
"Se tiver irregularidade, a gente vai sanar a irregularidade."
FURTOS - Durante a coletiva, Tostes
também foi questionado sobre a suspeita de que itens de mobiliário e objetos
como tampas de privadas teriam sido furtados. "Tem alguns casos que a
gente identificou, mas nada que não pudesse ser corrigido. Nosso objetivo era
entregar e foi cumprido. A gente não ficou olhando o problema, mas tentou
resolver o problema. A gente não sabe se quebrou, se foi furtado", contou,
dizendo que não tem como provar se houve sabotagem, como se especula.
CORREIO POPULAR, Publicado 28/07/2016 - 18h41 - Atualizado 28/07/2016 - 18h43
Por Estadão Conteúdo