sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Residências brasileiras já podem produzir mais energia do que consomem



Nova legislação permite que imóveis forneçam energia elétrica às distribuidoras e ganhem descontos na conta de luz
Por Renato Faria e Juliana Martins
Edição 198 - Setembro/2013
Projeto modelo desenvolvido pelo Centro de Pesquisas de Energia Elétrica da Eletrobras reúne tecnologias de geração de energia residencial limpa, como painéis fotovoltaicos, aerogeradores e aquecedores solares de água



Apesar do grande apelo ecológico, os sistemas de produção de energia eólica e fotovoltaica sempre tiveram demanda inexpressiva no segmento residencial brasileiro. Seu uso normalmente se restringia a algumas casas mais distantes do tecido urbano e sem acesso à rede pública. Esse cenário, porém, poderá mudar nos próximos anos, com estímulo dado pelo marco regulatório estabelecido em 2012 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A nova regulamentação transforma a rede de distribuição de eletricidade - até então uma via de mão única - em um sistema bidirecional, que permite a troca de energia entre a concessionária e o usuário. 


Fabricantes já disponibilizam elevadores mais eficientes e com drive regenerativo, que produz uma pequena quantidade de energia elétrica quando o equipamento se movimenta a favor da força gravitacional, descendo cheio ou subindo vazio



Na prática, isso cria um mercado potencial também nas grandes cidades, viabilizando técnica e economicamente as casas de balanço energético zero (Zero Net Energy, na sigla em inglês), cuja produção de energia é igual ou maior do que seu consumo. Agora, os pequenos proprietários que desejarem produzir eletricidade em sua própria residência poderão 'vender' o excedente às concessionárias e recuperar, no longo prazo, o alto investimento feito nos equipamentos. Políticas semelhantes já vêm sendo implantadas em países como Estados Unidos, Alemanha, Chile, Equador, África do Sul e Austrália.

A Resolução no 482/2012 da Aneel criou a figura dos microgeradores e dos minigeradores de energia. No primeiro grupo, estão as unidades com menor potência instalada, de até 100 kW, caso da maioria das residências, condomínios e edificações comerciais. Os minigeradores são as unidades com potência instalada maior, de até 1 MW, representadas por estabelecimentos públicos ou privados de grande porte. A regulamentação vale para tecnologias de geração de eletricidade que utilizem como fonte energia hidráulica, solar, eólica, biomassa ou cogeração qualificada (como, por exemplo, a produção de calor e eletricidade a partir da queima de um mesmo combustível).
  
Sistemas Conectados à Rede 

Um sistema fotovoltaico conectado à rede, em inglês on-grid ou grid-tie, é um gerador de eletricidade que tem como combustível a energia solar, e que trabalha em conjunto com a rede elétrica da distribuidora de energia.

O painel fotovoltaico gera eletricidade em corrente contínua, e o inversor de frequência (aparelho que faz a interface entre os painéis fotovoltaicos e a rede elétrica) converte em corrente alternada e 'injeta' na rede elétrica. Antes de 'injetar' a energia, o inversor 'lê' os valores de voltagem e freqüência da rede, para que não haja nenhuma 'modificação' na energia.

Quando os aparelhos eletroeletrônicos estão consumindo, e o sistema fotovoltaico está gerando energia, toda a energia gerada é aproveitada pelo consumidor seja uma residência, comércio, indústria & entidades públicas.

Quando os aparelhos eletroeletrônicos estão consumindo mais do que o sistema fotovoltaico está gerando no momento, a parte que falta é 'puxada' da rede elétrica.

Quando o sistema fotovoltaico está gerando mais potência do que está sendo consumida, a energia excedente 'automaticamente' sai pela rede. Nesse momento, o medidor de energia 'gira ao contrário' e o cliente têm um crédito energético aplicado a sua conta para ser consumido em até 36 meses.


Sistema Fotovoltaico Conectado à Rede Residencial & Comercial


Existe hoje no Brasil a regulamentação por parte ANEEL que permite o pleno funcionamento do sistema fotovoltaico conectado à rede assim como o sistema de compensação energético, habilitando o consumidor de energia elétrica das distribuidoras a produzirem sua própria energia e pagar apenas uma taxa mínima em sua conta de luz referente a acessibilidade a rede de distribuição elétrica.

O sistema fotovoltaico conectado à rede é totalmente dependente da rede elétrica e não funciona se não houver eletricidade. Isso é para evitar que o sistema provoque acidente caso a concessionárias de energia elétrica estejam fazendo manutenção na rede. Quando a energia da distribuidora é desligada (queda de energia) o inversor de frequência para de injetar eletricidade, e só volta a injetar alguns minutos depois da energia voltar.




Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...