Caixa de gordura: dimensões, instalação e limpeza
Com a função de prevenir entupimentos, esse componente essencial do
sistema hidráulico merece atenção
Redação AECweb /
e-Construmarket
As caixas de gordura previnem
entupimentos causados por dejetos provenientes da cozinha, por isso são
componentes de grande importância no sistema hidráulico. O equipamento
funciona por meio de um sifão que retém a gordura dentro da caixa e a impede de
ficar circulando pela tubulação. Ele é dividido em duas câmaras, uma receptora
e outra vertedoura, separadas por um septo não removível. “A função a que se
destina é a mesma tanto em residências, quanto em comércio ou indústrias. O que
pode variar em cada situação é o tamanho do produto a ser utilizado e o tipo de
material empregado em sua fabricação”, explica a engenheira Fabiana Castro,
gerente de produtos e inovação da Mexichem Brasil, detentora da marca Amanco.
DIMENSÕES DO PRODUTO
O tamanho das caixas de gordura está diretamente relacionado à
sua capacidade de retenção. A pequena pode reter 18 litros, a simples 31
litros, a dupla 120 litros e a especial tem seu volume calculado a partir de
uma fórmula que leva em consideração o número de pessoas servidas pelas
cozinhas que despejam seus dejetos na caixa, no momento de maior fluxo.
A falta de limpeza das caixas de
gordura poderá causar alguns transtornos, como transbordamento pela tampa,
entupimento das canalizações, escoamento lento da água pelo ralo da pia, mau
cheiro, entre outros
Fabiana
Castro
“A especificação da caixa de gordura
em um projeto leva em consideração a quantidade de cozinhas do local, o número
de refeições feitas diariamente e/ou o volume de esgoto a ser despejado”,
informa Castro.
A Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT NBR 8160) indica que, para a coleta de esgoto proveniente de
apenas uma cozinha, pode ser usada caixa de gordura pequena ou simples. Já
quando são duas cozinhas, é indicada a utilização de simples ou dupla. “Para a
coleta de três até 12 cozinhas, deve ser usada caixa dupla. Quando são mais de
12 cozinhas, ou ainda, em restaurantes, escolas, hospitais, entre outros
empreendimentos, são exigidas caixas de gordura especiais”, complementa Carlos
Teruel, gerente de produtos e assistência técnica da Tigre.
COMO INSTALAR
O primeiro passo da instalação é
colocar o equipamento na vala para verificar seu alinhamento. Após encaixar
manualmente todas as peças da caixa de gordura, a tarefa seguinte é soldar os
canos de entrada e saída. A aplicação de adesivos plásticos entre as partes
para garantir a vedação é outra ação recomendável. “A caixa é assentada sempre
sobre uma camada de areia bem compactada, lançada no fundo da vala da rede de
esgoto. O solo de reaterro em volta do produto deve ser muito bem compactado
para garantir um apoio firme para o porta-tampa”, diz Teruel. Se necessário, o
ajuste da profundidade é feito com a utilização de prolongadores.
COMO LIMPAR
Pelo fato de a gordura ser mais leve
do que a própria água, a mistura acumulada na caixa flutuará. O material retido
se tornará duro com o tempo e ficará alocado na parte superior do equipamento.
Para fazer a limpeza, é necessário retirar a tampa de acabamento com uso de
espátula ou chave de fenda, remover a cesta e despejar seu conteúdo em um saco
de lixo. Em seguida, é só encaixar novamente a cesta e a tampa e descartar o
saco plástico em lixo comum.
Em relação às caixas convencionais de
alvenaria, o produto industrializado tem como vantagens a rapidez e a
facilidade de montagem, sem necessidade de esperar o tempo de cura do cimento
Carlos
Teruel
“A falta de limpeza das caixas de
gordura poderá causar alguns transtornos, como transbordamento pela tampa,
entupimento das canalizações, escoamento lento da água pelo ralo da pia, mau
cheiro, entre outros”, avalia Castro. O recomendável é que o procedimento seja
realizado, pelo menos, a cada seis meses.
Também é possível realizar a limpeza
despejando na caixa um produto que contém bactérias que se alimentam da
gordura.
Para manutenção, não é aconselhável
utilizar sabão em pó, água quente ou produtos químicos, pois, além de corroerem
o concreto, as tubulações e os anéis de vedação hidráulica, provocam danos ao
meio ambiente.
INDUSTRIALIZADA OU DE
ALVENARIA
As caixas de gordura fabricadas a
partir de PVC contam com paredes lisas que não geram incrustações de gordura. O
plástico também garante durabilidade e maior vida útil ao produto. Por outro
lado, as tampas feitas em ABS são totalmente vedadas, impedindo o mau cheiro e
a entrada de insetos. “Em relação às caixas convencionais de alvenaria, o
produto industrializado tem como vantagens a rapidez e a facilidade de
montagem, sem necessidade de esperar o tempo de cura do cimento”, compara
Teruel.
Diferença entre caixa de gordura e
caixa de inspeção
Tratam-se de dois produtos diferentes do sistema hidráulico. Enquanto o
esgoto da cozinha é ligado à caixa de gordura, a tubulação que sai dos
banheiros e lavanderia é conectada àcaixa de inspeção.
COLABORARAM PARA ESTA
MATÉRIA
Carlos
Teruel – engenheiro civil pela Pontifícia Universidade Católica de
Campinas/SP (PUCCAMP), pós-graduado em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV). Há 16 anos atua na área de marketing de produtos, assistência técnica e
capacitação. Atualmente, gerencia a área Corporativa de Marketing de Produtos
da Tigre Tubos e Conexões, respondendo pelas áreas de Produtos, Assistência
Técnica e Capacitação e Gestão Técnica-Institucional com foco na identificação
de novas oportunidades e tendências em produtos e sistemas, no Brasil e no
exterior..
Fabiana
Castro – engenheira de materiais pela Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar), pós-graduada em Administração Industrial e com MBA Executivo
Internacional em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Trabalhou na
Cerâmica Gyotoku, Cerdec e Saint-Gobain, onde, ao longo de 10 anos, foi gerente
das áreas de Produtos e Marketing, Novos Negócios e de Mercado. Há mais de um
ano responde pela gerência de Produtos e Inovação da Mexichem Brasil.