domingo, 24 de maio de 2015

Estrutural, a crise brasileira atrapalha os planos do pleno emprego e desenvolvimento

Crise econômica brasileira também já atinge empresas de arquitetura e engenharia consultiva, diz Sinaenco
Para a entidade, contratação de projetos é alternativa para a melhoria dos negócios
Kelly Amorim, do Portal PINIweb
21/Maio/2015









A crise econômica que afeta o Brasil de forma mais aprofundada neste primeiro trimestre de 2015 está causando forte impacto nas empresas brasileiras de arquitetura e de engenharia consultiva, como a paralisação quase total das contratações de projetos e serviços especializados pelos órgãos governamentais e com a suspensão de contratos e dos pagamentos relativos a obras que estavam em andamento, de acordo com o Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco).
Segundo a entidade, o setor já fechou mais de 20 mil postos de trabalho entre o final de 2014 e o primeiro trimestre deste ano, e em 80% das empresas pesquisadas houve diminuição no número de funcionários em abril deste ano. "A crise econômica que estamos vivendo é comparável às piores das chamadas 'décadas perdidas', as de 1980 e 1990. As empresas estão sendo obrigados a demitir quadros técnicos altamente especializados, que demoram anos para ser formados, cortando assim parte da inteligência altamente estratégica para o País", afirmou o presidente do Sinaenco, José Roberto Bernasconi.
Para ele, devido ao fato de o setor ser empregador intensivo de mão de obra altamente especializada, essa é uma situação bastante negativa para o futuro das empresas e do País. "Nossos profissionais, boa parte deles com mestrado, doutorado e até pós-doutorado, são principalmente arquitetos e engenheiros especializados no desenvolvimento de projetos de infraestrutura e, também, de outros serviços que exigem elevada especialização, como as de gerenciamento e fiscalização de obras, de geotecnia e estudos de impactos ambientais, entre outros", disse.
Já para o vice-presidente do Sinaenco, engenheiro Claudemiro dos Santos Júnior, a situação das empresas do setor é "bastante crítica", agravada pelo fato de que a maior parte dos contratos das firmas de tem cláusulas de reajuste definidas pela Coluna 39 da planilha da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que corrige os contratos com percentuais que variam entre 50% a 60% do INPC.
"Esse descompasso entre o percentual de reajuste dos contratos pela coluna 39 da FGV, que totalizou cerca de 4% nos últimos 12 meses, e os que incidem sobre os principais custos das empresas, entre os quais cerca de 80% em média são relativos ao pagamento de salários e encargos, leva a um impasse. Não é possível corrigir os contratos com um índice que é 50% inferior ao que reajusta os salários, responsáveis pela principal despesa das empresas do setor", explicou.

O Sinaenco aponta como alternativa para a crise a concentração na contratação de projetos. Em nota, a entidade afirmou que, "como os projetos de arquitetura e de engenharia representam o menor percentual no custo global de uma obra pública, o governo federal poderia aproveitar este momento de crise econômica e de ajuste fiscal para contratar os projetos necessários à infraestrutura brasileira, que, assim, poderiam ser desenvolvidos com o prazo adequado à sua elaboração de forma completa, oferecendo a garantia de empreendimentos construídos com qualidade, no prazo e ao custo estipulados".
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